A prática regular de atividades físicas está em
muito atrelada a uma série de efeitos benéficos para o corpo como um todo.
Pessoas que possuem esse hábito, por exemplo, usufruem de uma longa lista
desses tais benefícios, sendo suas consequências percebidas nas diversas
esferas da vida.
Não é de surpreender que pessoas fisicamente ativas
sejam muito menos vulneráveis a desenvolver hipertensão do que as sedentárias.
Lembrando que o sedentarismo não está ligado (necessariamente) a ausência de um
esporte ou de uma atividade física; está, no entanto, relacionado a uma
quantidade de calorias diárias gastas. Isto é, uma pessoa que não pratica
nenhum esporte não necessariamente enquadra-se como sendo sedentária; o que tem
de se avaliar é o quanto de energia, de calorias diárias ela dispende.
Atividades rotineiras e simples, como serviços domésticos, caminhar de casa
para o trabalho, lavar o carro ou uma dança recreativa, podem já ser o
suficiente para tornar essa pessoa não sedentária.
Interessante notar que em pessoas com hipertensão
de leve a moderada, o exercício regular reduz a pressão arterial e tende a evitar
que a pressão suba ainda mais nelas. Os benefícios da atividade física são tão
significativos quanto os de alguns medicamentos. Estudos mostram que o risco
relativo de uma pessoa tornar-se hipertensa é muito maior naquelas que têm
baixa capacidade física. Sendo assim, a prática de exercícios torna-se um
grande coadjuvante na prevenção e no tratamento da Hipertensão Arterial.
Exercícios aeróbicos, como caminhada rápida,
ciclismo e natação, ajudam a baixar a pressão, fortalecendo o coração e
permitindo que ele trabalhe mais eficazmente. Durante os exercícios aeróbicos,
os vasos se expandem para permitir que mais sangue flua pelos músculos. Como,
no entanto, relacionar diretamente os benefícios dos exercícios físicos com a
prevenção ou minimização dos efeitos da Hipertensão?
A prática regular dos exercícios aeróbicos leva a
mudanças estruturais nos vasos sanguíneos, de forma que o organismo passa a
criar novas arteríolas e capilares com o fim de acomodar o maior fluxo
sanguíneo necessário durante o exercício. Estes vasos adicionais, por sua vez,
corroboram para uma melhor distribuição da pressão como um todo, já que a
pressão sanguínea será melhor partilhada entre os vários vasos do organismo. Ao
mesmo tempo, ocorre também uma abertura do canal das artérias coronárias
(artérias que irrigam o coração), as quais se alargam, assegurando que o
coração receba sangue suficiente durante o exercício físico sem, contudo,
forçar demais essas importantes artérias.
Algo interessante de se notar é que é possível
baixar a pressão em cerca de 10 mmHg com exercícios de resistência ou ginástica
aeróbica. A pressão da pessoa não irá piorar, além de fazer com que ela se
sinta melhor com a elevação da frequência cardíaca e com o trabalho muscular.
Uma questão importante e que vale a pena mencionar, é que embora a musculação
tenha lá seus benefícios, a redução da pressão arterial não é um deles. Como a
pressão dispara ao se levantar ou baixar pesos (ou durante exercícios em
aparelhos de resistência), o ideal mesmo é conversar com o médico antes de
iniciar qualquer programa de musculação.
Vale ressaltar que não é preciso treinar como um atleta
olímpico ou ser um atleta de alto rendimento e performance para usufruir dos
efeitos benéficos trazidos pela atividade física. Algumas pesquisas sugerem
que, no que diz respeito à pressão arterial, exercícios de intensidade baixa a
moderada possam ser tão ou mais eficazes do que um treinamento muito intensivo.
Além disso, o exercício físico estimula também a
produção de HDL-colesterol, ajuda a evitar o acúmulo de LDL-colesterol,
contribuindo, esses dois fatores em conjunto, para se evitar a formação das
placas de ateroma (os quais obstruem as artérias, estreitando-as, levando a um
consequente aumento da pressão). E ajuda também na liberação de hormônios
vasodilatadores que fazem com que haja um aumento no diâmetro do vaso
sanguíneo, aumentando o fluxo sanguíneo para os órgãos e músculos.
Dessa forma, entende-se que a prática regular de
atividades físicas em muito pode contribuir para se elevar a qualidade de vida
de uma pessoa hipertensa. O fundamental, no caso do exercício (e mesmo na perda
de peso) é desenvolver hábitos que se aprecie e consiga manter para o resto da
vida.
Referências Bibliográficas:
Associação Médica Americana - O guia essencial da Hipertensão
Postado por: Ana Elisa Rosa
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