Os flavonóides são compostos polifenólicos de
origem natural que, embora não sejam sintetizados pelo nosso próprio organismo,
desempenham uma importante função nos sistemas biológicos. Um grande destaque
dos flavonóides encontra-se na sua atuação quanto antioxidantes, isto é, eles
minimizam a presença dos radicais livres no corpo. No entanto, para melhor
compreendermos sua ação, faz-se necessário entender o mecanismo de
funcionamento dos antioxidantes.
O nosso corpo é formado por bilhões de
células que são mantidas juntas por pontes de elétrons, onde algumas vezes
essas moléculas são formadas por uma junta frágil que pode partir-se resultando
em uma molécula instável carente de um elétron. Esta molécula é conhecida como
Radical Livre. Ao procurar substituir o elétron que está ausente, esses
radicais livres começam a atacar as células vizinhas; quando as células atacadas
sedem o seu elétron elas se transformam em novos radicais livres, ocasionando
uma reação em cadeia conhecida como estresse oxidante. Como, então, lidar com
esses radicais livres? Se o problema é causado pela oxidação (doação de
elétrons), a resposta a isso se encontra na anti-oxidação. Isto se dá através
do consumo de antioxidantes. Eles interrompem essa reação em cadeia ao doar um
de seus próprios elétrons aos radicais livres, sem ficarem, contudo, instáveis
após isso; isto é, os anti-oxidantes são capazes de doar seus elétrons sem se
tornarem os próprios radicais livres.
Os flavonóides, que são pigmentos naturais
encontrados geralmente em frutas, flores e vegetais, devido a sua capacidade
antioxidativa são capazes de inibir a oxidação do LDL (Low Density Lipoprotein), o dito “colesterol ruim”. A oxidação do
LDL dá-se através da oxidação dos ácidos graxos poliinsaturados de sua cadeia
realizada por radicais livres. Os LDLs modificados são facilmente absorvidos
por macrófagos, tornando-se tóxicos para o endotélio dos vasos sanguíneos. Tal
cadeia de eventos possibilita que haja a formação de placas e trombos, os quais
dificultam o fluxo sanguíneo e contribuem para a ocorrência de problemas
cardiocirculatórios. A inibição dessa oxidação, portanto, minimiza a formação
de eventuais placas ateroscleróticas, o que reduz a rigidez arterial, tornando
os vasos mais susceptíveis à vasodilatação prevenindo-se, com isso, uma possível
hipertensão arterial.
Os flavonóides são encontrados em diversos
produtos de consumo cotidiano, como em vegetais, legumes, frutas, chás de
ervas, mel, vinho tinto e chocolate. Apesar de sua capacidade oxidativa ser a
mais elucidada por estudos até agora, os flavonóides também desempenham outras
atividades nos sistemas biológicos, como atividades antiinflamatórias, de
vasodilatação, ação antialérgica e atividade contra o desenvolvimento de
tumores.
Referências Bibliográficas:
Postado por: Ana Elisa Rosa
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