O estresse está incluso na vasta
lista dos ditos Fatores de Risco que podem levar ao desenvolvimento da
Hipertensão Arterial. No entanto, qual é a sua real relação com a pressão
arterial e por que elas se relacionam?
O estresse, entendido como sendo um
esforço de adaptação, isto é, a busca do organismo por se adaptar às diferentes
situações que lhe são propostas, está cada vez mais presente, cada vez mais
enraizada na essência da atual sociedade, que está sempre disposta a oferecer
novos métodos e caminhos para continuar o alimentando.
A carga de exigências, o número de
atividades diárias, a qualificação profissional requerida, o ritmo acelerado
que a cidade impõe, os laços afetivos e familiares, as frustrações e decepções
inerentes ao próprio fato de se existir, são alguns dos exemplos que compõe o
cenário para tornar a aparição do estresse propícia. No entanto, como, então, o
organismo reage frente a essas agressões psicossociais sofridas e muitas vezes
impostas?
Como forma de compensar, o organismo
passa a fornecer, a sintetizar uma maior quantidade do hormônio cortisol (ou
hidrocortisona), que é produzido pela glândula supra-renal, de fundamental e
indispensável importância para a manutenção da vida, que atua tanto na
adaptação às alterações do meio externo, quanto na resposta ao próprio
estresse, sendo, por isso, considerado o hormônio clássico, típico do estresse.
O cortisol, juntamente com os
hormônios adrenalina e noradrenalina, são os responsáveis por preparar, por
tornar o organismo apto a enfrentar as situações estressantes os quais são
submetidos, visando reparar possíveis danos que possam vir a ocorrer. Dessa
forma, quando as condições se normalizam, isto é, quando os elementos
estressantes são superados, os níveis de cortisol retornam aos seus níveis
padrões, superando essa fase de agressão gerada.
No entanto, com a persistência da
tensão, motivada pelos mais diversos fatores (trabalho, família, casamento,
brigas, desentendimentos, noites mal dormidas) em conjunto com outros estados
emocionais que alimentam a situação de estresse (como a angústia, a raiva e o
medo), fazem com que essas taxas de cortisol permaneçam ainda a níveis
anormalmente elevados por períodos extensos de tempo (indo desde semanas, meses
e até anos), fazendo com que o mecanismo que de início objetivava reparar
possíveis danos, passe agora a atuar como um agressor do organismo.
Mas, afinal, qual a relação de todo
esse quadro com a hipertensão arterial propriamente dita? A relação encontra-se
no fato do cortisol aumentar tanto a quantidade de açúcar no sangue (já que as
células musculares precisarão de bastante energia para enfrentar a situação de
estresse apresentada), quanto pelo fato do cortisol simplesmente aumentar a
pressão arterial.
Evitar o estresse, portanto,
buscando válvulas de escape que visem canalizar toda essa tensão para fora do
organismo, além de se estar prevenindo uma possível hipertensão arterial,
acrescenta diretamente em fatores positivos para a vida como um todo.
Referências
Bibliográficas:
http://www.psiquiatriageral.com.br/cerebro/texto13.htm